O núcleo de um lápis não contém chumbo e nunca conteve. Na verdade, os lápis utilizam grafite, uma forma sólida de carbono.
De acordo com o livro The Pencil, de Henry Petroski, o lápis de grafite foi desenvolvido e popularizado no século XVII. Naquela época, as pessoas simplesmente extraíam grafite das montanhas e perceberam que ele podia ser serrado em bastões e usado como uma excelente ferramenta de escrita. Como a química ainda era uma ciência nascente, ninguém sabia a composição exata desse material. Por ter um comportamento semelhante ao chumbo metálico, mas com uma cor mais escura, ele passou a ser chamado de “chumbo negro”. Com o tempo, o termo foi simplificado para “chumbo”.
Em 1779, o químico alemão K. W. Scheele descobriu que o “chumbo de lápis” era, na verdade, carbono puro. Uma década depois, A. G. Werner propôs um novo nome para esse material: “grafite”, inspirado na palavra grega graphein, que significa “escrever”. Desde então, e até hoje, os lápis têm em seu núcleo grafite, e não chumbo.
O carbono, o sexto elemento da tabela periódica, é conhecido por formar a estrutura principal de moléculas presentes em combustíveis e em organismos vivos. Em sua forma mineral pura, o carbono pode se organizar de diferentes maneiras, gerando materiais distintos. No diamante, por exemplo, cada átomo de carbono está fortemente ligado a quatro outros átomos em uma estrutura tridimensional, tornando-o o material mais duro da natureza. Já o grafite é formado por camadas de átomos de carbono dispostas em uma estrutura hexagonal.
Dentro de cada camada, os átomos de carbono estão fortemente ligados, mas as ligações entre as camadas são fracas, permitindo que elas escorreguem facilmente umas sobre as outras. Essa característica é o que dá ao grafite uma textura oleosa e permite que ele seja utilizado como material de escrita. Quando escrevemos com um lápis, fragmentos dessas camadas se soltam e aderem ao papel.
Além disso, o grafite em pó funciona como um lubrificante seco eficiente por causa dessa propriedade de deslizamento entre as camadas. Outro uso fascinante do carbono é a formação de nanotubos, que surgem quando uma folha única de grafite é enrolada e conectada a si mesma. Esses nanotubos são promissores para aplicações em tecnologias futuras.
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